desenvolvimento emocional na infância direciona as nossas vidas, afetando os rumos que tomaremos e as escolhas que faremos. Esse etapa tão primordial começa ainda nos primeiros dias de vida.

Por isso, a forma como crescemos e em que condições isso acontece pode definir quem seremos no futuro. Um estudo realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), comprova que, para uma criança de até os 6 anos de vida (período da primeira infância) possa ter um bom desenvolvimento, é preciso construir bons vínculos familiares e viver em um ambiente saudável.

Como o ambiente e o vínculo familiar, além de outros aspectos, podem interferir no desenvolvimento emocional da criança? Demonstraremos com mais detalhes como esses vínculos são determinantes para o futuro de nossos jovens!

Como acontece o desenvolvimento emocional na infância?

É durante a primeira infância que são formadas três importantes funções cerebrais:

  1. flexibilidade cognitiva;

  2. memória de trabalho;

  3. controle inibitório.

É justamente por meio dessas funções que nós conseguimos armazenar as informações de curto prazo. Isso é útil, por exemplo, para quando fazemos uma tarefa e precisamos lembrar do que estávamos fazendo imediatamente antes. Essas são habilidades necessárias para os mais diversos aspectos da vida adulta, como desenvolver a capacidade de organização de tarefas no dia a dia.

É também na primeira infância que as principais conexões no lobo frontal se formam, apesar de se aperfeiçoarem durante toda a vida. São essas conexões que nos ajudam na concentração e nos permitem, por exemplo, ler um texto em um ambiente barulhento ou ainda tomar uma decisão, identificar os erros e os acertos de determinadas atitudes e escolhas.

Qual a importância do desenvolvimento emocional na infância?

Acontecimentos durante a infância influenciam diretamente as atitudes e escolhas das pessoas quando adultas. E quando falamos de infância, estamos falando, principalmente, dos 3 primeiros anos de vida. Durante esse período, a atividade cerebral é intensa e o desenvolvimento emocional também. Portanto, tudo o que acontece durante essa fase reflete no futuro e permanece ao longo dos anos.

Dessa forma, se uma criança foi muito criticada durante a infância, se foi comparada negativamente a outras crianças, se sofreu maus tratos ou outros problemas, é bem provável que ela se torne um adulto inseguro, com baixa autoestima e com o pensamento negativo constante, atrapalhando o seu crescimento emocional e o sucesso na vida afetiva e profissional.

Quais são as fases do desenvolvimento emocional?

O desenvolvimento emocional se reflete na forma que nos comportamos diante de situações diversas no ambiente social. Já nos primeiros meses de vida, a criança apresenta características próprias, vindas do componente genético. Essas características podem levá-la a ter uma interação positiva ou negativa com o meio. Esse comportamento pode ser moldado pelos cuidadores.

Muitos pesquisadores vêm trabalhando com a ideia de temperamento precoce para entender como acontece o desenvolvimento emocional infantil. O estado emocional infantil pode ser dividido em duas dimensões: reatividade e autorregulação.

A reatividade está relacionada à forma com a qual a criança reage a uma situação de frustração, com intensidades diferentes. Já a autorregulação diz respeito a como ela se corrige, dando mais atenção ao controle motor. Já no primeiro ano de vida ocorre o desenvolvimento dessas duas dimensões da personalidade emocional infantil e permanece durante a fase pré-escolar e escolar.

Apoio dentro do ambiente familiar

As crianças, como uma estratégia de sobrevivência, estão em busca de se vincular a uma pessoa que, naturalmente, é sua cuidadora. O cuidador é aquele que oferece suporte emocional, cuida da educação e dos demais aspectos desse indivíduo.

Ela pode ser o pai, a mãe, a avó e até o tio. Esses adultos devem construir uma base segura para a criança.

Ela deve saber que, à medida que for crescendo, possui apoio dentro do ambiente familiar, um local para o qual possa retornar. Isso faz com que ela se sinta mais confiante e, quando for jovem, terá mais autoestima para explorar o mundo e suas habilidades, além de desenvolver mais tolerância à frustração.

Como trabalhar a inteligência emocional das crianças?

Com tantos desafios e cuidados que devemos ter com o desenvolvimento emocional da criança, os pais e cuidadores de uma forma geral ficam apreensivos. Muitos não sabem o que fazer ou como lidar com o aspecto emocional dos mais novos.

Trabalhar a inteligência emocional da criança é muito importante para ela conseguir lidar com os problemas do dia a dia da melhor maneira possível. As famosas “birras” depois dos 2 anos é um sinal clássico de que a criança ainda não conseguiu um amadurecimento emocional compatível com a idade. A partir desses acontecimentos, os cuidadores passam a entender que precisam tomar algumas atitudes.

A partir dos 2 anos e meio, já é possível ajudar a construir uma inteligência emocional nas crianças. Essa é uma atitude que influencia toda a vida desse indivíduo. E como fazer isso?

A inteligência emocional tem a ver com saber identificar as próprias emoções e das pessoas que estão por perto. É justamente isso que os pais devem fazer. É preciso também ensinar a controlar essas emoções, como expressá-las e como canalizá-las para algo produtivo.

Para isso, é indicado favorecer a comunicação. Os pais devem estar em constante diálogo com os filhos, assim como os professores e outros adultos que estejam por perto e que façam parte da vida dessa criança.

Qual a importância do apoio emocional?

O apoio emocional durante a infância é o que vai moldar a criança para os enfrentamentos futuros na adolescência e na vida adulta. É por meio desse apoio emocional que o pequeno será capaz de interagir melhor com o mundo a sua volta, que ele conseguirá enfrentar situações de frustração sem grandes problemas e isso, é claro, faz uma grande diferença no dia a dia e na qualidade de vida que essa pessoa terá.

Esse apoio consegue criar um ser humano com mais empatia, mais sociável e com uma maior capacidade de se adaptar às mudanças que ocorrem de maneira externa e também de forma interna.

Fonte: https://www.childfundbrasil.org.br/